10 de janeiro de 2017

MÁRIO SOARES. Goste-se, ou não (pessoalmente não apreciei sobretudo a fase final da sua actividade política), morreu um dos principais obreiros da democracia portuguesa, a quem os portugueses devem não ter passado de uma ditadura para outra. Só por isto, que não foi pouco, merece o respeito de quem não vacila entre a democracia e outro regime qualquer, entre a liberdade e a falta dela. Mas se nesta hora também há quem verta lágrimas de ocasião e a hipocrisia atingiu níveis insuportáveis, é chocante que alguns o tentem enlamear com «evidências» de um passado que nunca teve. Acusá-lo do piorio com base em boatos facilmente desmentíveis e «factos» não verificáveis (repito: boatos facilmente desmentíveis e «factos» não verificáveis), é simplesmente indecente. Isto para dizer o mínimo.